Dale Chihuly e seus jardins de vidro/ Dale Chihuly and his glass gardens

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Às vezes, não há semente para plantar, mas, sim, vidro, em vez disso. O artista plástico norte-americano Dale Chihuly (1941) especializou-se em “plantar jardins de vidro”. Os seus “vegetais” são tão perfeitos, que muita gente duvida que não sejam frutos da natureza. / Sometimes there is no seed to plant, but glass instead. The North American artist Dale Chihuly (1941) has specialized himself in “planting glass gardens”. His “vegetables” are so perfect, that many people doubt they are not fruits of nature. 

Há poucos meses, uma equipe da Altherswanke visitou a exposição permanente chamada “Chihuly Garden and Glass”, próxima ao icônico Space Needle, em Seattle (EUA)./ Few months ago, a team of Altherswanke visited the permanent exhibition called “Chihuly Garden and Glass”, next to Seattle’s iconic Space Needle.

Na área interna da exposição, arbustos, árvores, plantas e flores de vidro atraem a atenção dos visitantes. Foi incrível ver uma “bromélia” feita em vidro e identificá-la como planta. Sinal do quão benfeito é o trabalho./In the inner area of ​​the exhibition, glass shrubs, trees, plants, and flowers draw visitors’ attention. It was amazing to see a “bromeliad” made of glass and identify it as a plant.

Nos jardins externos, vegetais verdadeiros encontram-se, lado a lado, com “vegetais de vidro”, em pura harmonia. Uma experiência inesquecível passear por aqueles jardins, onde a arte dialoga com a natureza!/In the outward gardens, true vegetables lie side by side with “glass vegetables” in pure harmony. An unforgettable experience wandering through those gardens, where art dialogues with nature! 

As plantas crescem, florescem e seguem seus ciclos naturais, e Chihuly sabe como lidar com isso e como se beneficiar desse processo natural em suas exposições./Plants grow, bloom, and follow their natural cycles, and Chihuly knows how to deal with it, and how to benefit from this natural process in his exhibitions.

 

Percorrendo a exposição, aprendemos que o trabalho de Chihuly é autobiográfico. O artista busca inspiração, principalmente, nas formas abstratas das flores e plantas do jardim de sua mãe, em Tacoma (EUA), que tanto o fascinavam na infância. Ele ama cores vibrantes e intensas, porque, para ele, “o mundo tem que ser muito colorido e orgânico”. / Through the exhibition, we learn that Chihuly‘s work is autobiographical. The artist mostly seeks inspiration in the abstract forms of the flowers and plants of his mother’s garden in Tacoma (USA), which fascinated him so much in his childhood. He loves vibrant and intense colors because, to him, “the world has to be very colorful and organic”.

As “plantas”, “flores” e “árvores” de cada jardim que ele cria são todas peças de vidro soprado. Chihuly tem boas lembranças de saídas familiares para a praia, procurando por objetos de vidro. Mais tarde, ele se encontrou com o vidro de novo quando estudava design de interiores na University of Washington. Depois da formatura, em 1965, fez cursos na University of Wisconsin e na Rhode Island School of Design (RISD), onde aprendeu mais sobre a matéria-prima. A paixão pela técnica do vidro soprado, no entanto, começou em 1968, na fábrica de vidro Venini (Veneza, Itália). Em 1971, ele co-fundou a Pilchuck Glass School, no estado de Washington.The “plants”, “flowers”, and “trees” of every garden he creates are all blown glass pieces. Chihuly has fond memories of family outings to the beach, searching for glass objects. Later, he met glass again while studying interior design at the University of Washington. After graduating in 1965, he took courses at the University of Wisconsin and Rhode Island School of Design (RISD), where he learned more about the raw material. His passion for the technique of blowing glass, however, began in 1968 at Venini glass factory (Venice, Italy). In 1971, he cofounded Pilchuck Glass School in Washington State.

Mas Chihuly não é um soprador de vidro comum. Depois de seu acidente de carro na Inglaterra, em 1976, que lhe custou a visão no olho esquerdo, ele começou a questionar por que os objetos de vidro precisavam ser simétricos como tinham sido há 2.000 anos, desde a sua invenção. Em vez disso, usando a força centrífuga e o calor do forno, Chihuly começou a fazer formas que deliberadamente permitiam que o vidro girasse fora do centro. Ele inventou um modo de trabalhar com o material fundido, que o deixa encontrar sua forma final em sua própria maneira orgânica./ But Chihuly is not an ordinary glassblower. After his car accident in England in 1976, which cost him the sight in his left eye, he began questioning why glass objects needed to be symmetrical as they had been for the past 2,000 years, since their invention. Instead, using centrifugal force and the heat of the furnace, Chihuly began making forms that deliberately allowed glass to spin off-center. He invented a mode of working with the molten material that let it find its final shape in its own organic way.

Gosto de instalações em grande escala. Cada jardim que crio mostra a minha sensibilidade para com o contexto arquitetônico e o meu interesse em interagir com a luz natural no vidro, explorando características de translucidez e transparência”, diz ele./ “I like large-scale installations. Each garden I create shows my sensitivity to the architectural context and my interest in interacting with natural light in the glass, exploring characteristics of translucency and transparency,” he says.

 

As obras de Dale Chihuly fazem parte da coleção de mais de 200 museus, espalhados pelo mundo. Em 1986, por exemplo, ele foi homenageado com uma exposição individual, “Dale Chihuly objets de verre”, no Musée des Arts Décoratifs, Palais du Louvre, em Paris. Très chic! Em 2001, o Victoria and Albert Museum, em Londres, organizou a exposição “Chihuly at the V & A”. Mais recentemente, suas obras foram exibidas no Museum of Fine Arts, Boston, em 2011, e no Montreal Museum of Fine Arts, em 2013./ Chihuly’s works are part of the collection of more than 200 museums worldwide. In 1986, for instance, he was honored with a solo exhibition, “Dale Chihuly objets de verre”, at the Musée des Arts Décoratifs, Palais du Louvre, in Paris. Très chic! In 2001, the Victoria and Albert Museum in London curated the exhibition “Chihuly at the V&A”. Most recently, his works were shown in the Museum of Fine Arts, Boston, in 2011, and in the Montreal Museum of Fine Arts in 2013.

Chihuly tem recebido muitos prêmios ao longo da sua bem-sucedida carreira, incluindo doze doutorados honorários e duas bolsas do National Endowment for the Arts. A sua arte não está apenas em museus, mas também em muitos outros espaços, públicos e privados. Em 1999, o artista foi convidado pelo então presidente Bill Clinton e pela primeira-dama Hillary Clinton a fazer uma obra icônica para a White House Millennium Celebration. Ele criou duas árvores de vidro idênticas (The Crystal Tree of Light – ver abaixo a foto by Master Sgt. Jeff Walston/ Força Aérea dos EUA), que encantaram os convidados da festa./ Chihuly has been the recipient of many awards throughout his successful career, including twelve honorary doctorates and two fellowships from the National Endowment for the Arts. His art is not only in museums, but also in many other public and private places. In 1999, the artist was invited by President Bill Clinton and First Lady Hillary Clinton to make an iconic work for the White House Millennium Celebration. He created two identical crystal trees (The Crystal Tree of Light – see below the image by Master Sgt. Jeff Walston/U.S. Air Force), which enchanted the party guests.

Em 2017, o artista teve exposições nos seguintes locais: Catalina Island Museum , na Califórnia; New York Botanical Garden; The Fred & Pamela Buffett Cancer Center, em Nebraska; Crystal Bridges Museum of American Art, em Arkansas; e Maker’s Mark Distillery, em Kentucky./ In 2017, the artist had exhibitions at the following locations: Catalina Island Museum, California; New York Botanical Garden; The Fred & Pamela Buffett Cancer Center, Nebraska; Crystal Bridges Museum of American Art, Arkansas; and Maker’s Mark Distillery, Kentucky.

A propósito, a exposição “Chihuly Glass and Garden” também mostra aos visitantes outras séries famosas, tais como “Cylinders and Baskets”, “Seaforms” (conchas e cavalos-marinhos parecem ser tirados do mar), “Persians” (olhando para cima, para apreciar o “Teto Persa”, faz o pescoço doer, mas vale a pena), “Ikebana and Float Boats” e “Chandeliers” (belos candelabros !!!), além de seus jardins de vidro, claro./ By the way, “Chihuly Glass and Garden” exhibition also shows visitors other famous series, such as “Cylinders and Baskets”, “Seaforms” (shells and seahorses seem to be taken from the sea), “Persians” (looking up to enjoy the “Persian Ceiling” makes our necks ache, but it is worthwhile), “Ikebana and Float Boats”, and “Chandeliers” (beautiful chandeliers!!!), besides his glass gardens, of course.

 

Vídeo e fotos de Andréa Magalhães, cortesia de Dale Chihuly (retrato do artista) e  do Master Sgt. Jeff Walston/ Força Aérea dos EUA (The Crystal Tree of Light). /Video and photos by Andréa Magalhães, courtesy of Dale Chihuly (his portrait), and Master Sgt. Jeff Walston/U.S. Air Force (The Crystal Tree of Light).

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2 Comentários

  1. Diogo Suzzato Diz

    Que trabalho incrível, é de ficar por horas admirando tamanha maestria!

    1. Andréa Magalhães Diz

      Uma beleza mesmo, Diogo! Really fantastic!!!

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